VENCER O ESTRESSE E GANHAR QUALIDADE DE VIDA

Rubem José Boff*

O estresse é responsável por inúmeros problemas, tais como dor de cabeça, depressão, diminuição da libido, dentre outros sintomas, incluindo: aflição, ansiedade, hipertensão, baixa no sistema imunológico. O acúmulo de tarefas e as cobranças excessivas são os principais causadores do estresse. A falta de planejamento, muitas vezes, leva a um excesso de trabalho que não se pode realizar, e que implica sofrimento.
Durante o dia os gerentes precisam cumprir tarefas, resolver problemas, tomar decisões, dentre tantas outras coisas. Os subordinados, embora com menor grau de responsabilidade, também passam pelas mesmas exigências. São muitas as exigências do dia-a-dia, o que gera ansiedade e estresse.
As consequências da pressão do trabalho são quase sempre danosas tanto para as pessoas como para a organização, gerando elevados níveis de ansiedade e estresse, e reduzindo significativamente a eficiência e a produtividade. A ansiedade moderada é combustível para as realizações, entretanto a ansiedade excessiva é prejudicial, levando a precipitações que afetam não só a qualidade do trabalho, mas a qualidade de vida do trabalhador.
A pressa tornou-se um grande mal da sociedade moderna e as causas são muitas, apontadas por Ruth Klain, em sua obra Segredos de administração do tempo para a mulher que trabalha (2008) e por Lois Tetrick (Correio Brasiliense, 2009), tais como: falta de tempo para cumprir prazos, carga excessiva de trabalho, número reduzido de funcionários, subordinados mal treinados, horas de trabalho além do normal, pressão exercida pela organização como prazos e resultados, falta de autonomia e controle sobre a produção, falta de suporte e supervisores, participação em compromissos e reuniões, perigo de temperaturas extremas e barulhos, mudanças no mercado e falta de planejamento organizacional são os principais percalços, que impedem as pessoas de administrarem seus tempos de forma eficiente e eficaz. Outro elemento é o ambiente social, que inclui supervisores líderes e colegas. Tudo isso, pode causar diversos problemas de ordem psicológica e até econômica. A necessidade de continuar o trabalho, geralmente, é muito importante; às vezes, mesmo que a produtividade esteja caindo, não se pode pensar em parar para recompor a energia.
Por que trabalhar demais até se dar conta de que o corpo não aguenta mais? A sobrecarga de trabalho e estresse afeta o bom funcionamento do corpo. Manter-se nesse estado por longos períodos de tempo é perigoso, pois pode sobrecarregar o sistema imunológico e ocasionar diversos tipos de doenças. Tetrick (2009), especialista em saúde ocupacional, afirma que o estresse é um estado que leva a doenças e distúrbios, associando-o à ansiedade, depressão e doenças cardiovasculares.
Segundo Rubem Boff, em curso elaborado para a Esaf (2009), é saudável dar-se um tempo e reverter situações que provocam estresse. Uma maneira de combatê-lo é administrar o tempo e principalmente organizar o trabalho para se ganhar mais vida, quer dizer, obter melhor qualidade de vida. Trata-se de estabelecer prioridades e fazer o que tem de ser feito, sem perder tempo com coisas supérfluas. Outra maneira é compensar o número de horas trabalhadas com meio dia ou um dia de folga, seja para realizar um passeio, ir ao cinema, desfrutar um dia romântico, pegar uma aula de dança ou aproveitar uma liquidação. Os exercícios físicos também ajudam a eliminar o estresse. O tempo aplicado racionalmente vai determinar a qualidade de vida tanto individual como profissional.
A boa administração do tempo contribui para a diminuição do estresse, melhora o bem-estar e, portanto, aumenta a qualidade e expectativa de vida.


*Doutor em Administração; Mestre em Engª de Produção; Bel. em Administração; Professor Universitário; Diretor Geral da FAE.

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