Anderson Silva sofre lesão durante revanche contra
Weidman e não recupera o cinturão
Anderson Silva fratura sua perna no segundo round do confronto e perde
para Chris Weidman no UFC 168; noite brasileira é negativa
O segundo capítulo da história envolvendo Anderson Silva e Chris Weidman
foi escrito quatro meses e vinte e dois dias depois da queda do ídolo
brasileiro, em Las Vegas, na edição 168 do Ultimate Fighting Champioship,
realizada neste sábado (28/12). Em jogo, o futuro do americano que perdeu tudo após uma tragédia em sua vida e do brasileiro que, em uma tragédia
dentro do octógono, perdeu o título dos médios. Após ser nocauteado
no segundo round no primeiro encontro, dando contornos dramáticos a esse
"best-seller" das artes marciais mistas, o Spider teve sua revanche
no último evento do UFC em 2013. Contando com a presença de outros quatro
brasileiros no card, e apesar das críticas, o mundo parou para assistir o
desempenho do lutador considerado o melhor da história do MMA.
Chris Weidman x Anderson Silva - Pelo cinturão
peso-médio do UFC
As luzes se apagaram. Anderson Silva, no córner azul, entrou como desafiante ao
cinturão da categoria dos médios. Era o momento da revanche. "It's
time", Bruce Buffer anunciava. O maior campeão da história do UFC começava
a sua batalha para reconquistar o título das mãos de Chris Weidman.
Tentando a queda logo nos primeiros instantes do primeiro round, Weidman
recebeu uma resposta do ex-campeão, que se recolocou de pé. Entrentanto,
conseguindo um knockdown na sequência, Chris Weidman aplicou um ground and
pound agressivo quase encerrou a luta em sua primeira parte. Anderson Silva
estava novamente em apuros e de costas pro chão por praticamente todo o assalto
inicial.
Na segunda parte da luta, o inesperado aconteceu. Depois de aplicar um chute
baixo, Anderson Silva fraturou sua perna e não teve condições de continuar no
combate. Um triste desfecho na luta principal do UFC 168, que consagrou Chris
Weidman como o ainda campeão dos médios do Ultimate.
Ronda Rousey x Miesha Tate - Pelo cinturão
peso-galo feminino do UFC
As primeiras treinadoras de uma edição do The Ultimate Fighter americano, o TUF
18, protagonizaram o co-main event da noite no UFC 168. De um lado, a
finalizadora Ronda Rousey. Do outro, a desafiante Miesha Tate. Em uma luta
marcada por uma grande rivalidade dentro e fora dos octógonos, o reencontro das
atletas marcou uma esperada revanche.
No Strikeforce, extinta organização adquirida pela ZUFFA, detentora do UFC,
Rousey venceu a então campeã peso-galo Miesha Tate em março de 2012.
No último evento do UFC em 2013, o primeiro round do confronto entre elas
começou eletrizante. Acertando bons jabs e até conseguindo uma queda na atual
campeão Ronda Rousey, Tate não amoleceu perante o favortismo e a superioridade
da ex-judôca olímpica, que quase conseguiu aplicar um triângulo no meio da
primeira etapa do combate.
Indo pela primeira vez em sua carreira para o segundo round em uma luta de MMA,
Rousey continuou aplicando belas quedas e levou o público presente ao delírio.
Sofrendo com o ground and pound agressivo da campeã por toda a segunda parte da
luta, Miesha conseguiu fugir dos armlocks e "sobreviveu" mais um
round.
No terceiro assalto, o inevitável: vitória de Ronda Rousey por armlock. Cansada
após conseguir desfazer as tentativas de finalizações nos dois primeiros
rounds, Miesha Tate foi superada e perdeu a chance de recuperar o cinturão da
categoria.
Outros brasileiros do card principal decepcionam
Logo na primeira luta do card principal, mais um brasileiro entrou em ação. A
presença de Diego Brandão, vencedor da edição 14 do TUF Norte-americano, apesar
do resultado final do combate, demonstrou a determinação e comprometimento com
o seu trabalho. Após sofrer um acidente de carro duas semanas antes do evento,
Brandão foi pra luta, mas não foi páreo para seu adversário Dustin Poirier, que
o superou por nocaute técnico no final do primeiro round.
Logo na sequência, foi a vez do também brasileiro Fabrício Morango enfrentar
Jim Miller, lutador que protagonizou a luta que foi eleita a "Luta do ano
de 2012" contra Joe Lauzon. No segundo combate do card principal
envolvendo brasileiros, mais um revés. Ainda no primeiro round, após dominar o
início do confronto, o brasileiro faixa preta de jiu-jitsu foi finalizado pelo
americano, também faixa preta, com um armlock.
Os brasileiros do card preliminar
William Patolino, segundo colocado do TUF Brasil 2, deu a volta por cima no
evento ao superar o americano Bobby Voelker na categoria dos meio-médios por
decisão unânime dos juízes laterais. Dominando o centro do cage durante os três
rounds do combate e aplicando boas cotoveladas, o brasileiro conseguiu sua
primeira vitória no Ultimate e abriu os caminhos para os lutadores tupiniquins
no UFC 168.
O segundo atleta brasileiro a subir no cage do UFC foi Gleison Tibau, que
lutando pela categoria peso-leve, enfrentou Michael Johnson em sua vigésima
primeira luta na organização. Mesmo empurrado pela torcida brasileira do MGM
Grand Garden Arena, o nordestino foi nocauteado com um belo cruzado do
americano no segundo round da luta.